Introdução: O rastreio do consumo nocivo de álcool, frequentemente não é realizado nos cuidados de saúde primários (CSP), por receio de uma reacção negativa por parte dos utentes e alegando falta de tempo. Contudo alguns estudos sugerem que os utentes apresentam grande abertura para abordar este tema e consideram importante ser questionados sobre estilos de vida.
Objectivos: Avaliar as atitudes em relação ao rastreio dos consumos de álcool, se alguma variável demográfica é determinante dessa atitude e a validade da aplicação da segunda questão Alcohol Use Disorders Identification Test-C (AUDIT-C) isolada como rastreio.
Métodos: Estudo transversal utilizando uma amostra de 175 utentes dos CSP da área da Grande Lisboa com aplicação de um questionário sobre atitudes em relação ao rastreio do consumo nocivo de álcool e do AUDIT-C, após recolha de informação demográfica.
Resultados: A maioria dos pacientes (>80%) demonstrou apoio ao rastreio dos consumos por parte do seu médico. A resposta a quatro afirmações mostrou-se relacionada com a idade e escolaridade. Contabilizaram-se 41 indivíduos (23.4%) com rastreio AUDIT-C positivo, representando 38.5% de homens e 14.5% de mulheres.
Conclusão: Os utentes apoiam o rastreio sobre consumos de álcool pelo seu médico, independentemente de quaisquer variáveis ou do método de rastreio. Estando igualmente abertos ao aconselhamento sobre esses consumos.